terça-feira, 15 de março de 2011

Sobem para oito as cidades em emergência em SC devido às chuvas

Subiu para oito o número de cidades de Santa Catarina em situação de emergência em decorrência das chuvas que atingem a região. Os últimos municípios a fazerem o decreto são Ilhota, Nova Trento, Pomerode e Rio Negrinho.

Já as que já estavam em emergência são Brusque, Santo Amaro da Imperatriz, São João Batista e Schroeder. Ao todo, mais de 620 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas dos últimos dias e 25 cidades relataram problemas.

Além disso, mais de 14 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. De acordo com a Defesa Civil, 13.501 pessoas estão desalojadas, ou seja, estão em casa de parentes ou amigos, e outras 820 estão desabrigadas --precisaram ser encaminhadas para abrigos públicos.

A cidade de Mirim Doce está em estado de calamidade pública, mas é em decorrência das chuvas de janeiro. Já Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, chegou a decretar calamidade, mas o decreto não foi reconhecido pelo governo Estadual, que avaliou o município.

PARANÁ

A Defesa Civil do Paraná confirmou na manhã desta terça-feira a terceira morte em decorrência das chuvas no Estado. Dois dos óbitos aconteceram em Morretes, devido a um deslizamento de terra, e outro em Honório Serpa, após a vítima ter sido levada por uma enxurrada.

Devido às chuvas, a cidade de Morrete decretou estado de calamidade pública, enquanto Guaratuba e Paranaguá decretaram situação de emergência.

Ao todo, quase 25 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas em todo o Estado, sendo que mais de 10 mil tiveram que deixar suas casas. Dessas, 8.843 pessoas estão desalojadas, ou seja, estão em casas de amigos e parentes, e outras 1.477 estão desabrigadas --precisaram ser encaminhadas para abrigos públicos.

Equipes de resgate prestam primeiros-socorros à população de Ishitomaki (13/03)
Homem resgata vítimas do terremoto seguido de tsunami com um bote em Ishinomaki (13/03)
Mãe e recém-nascido são vistos em abrigo em Iwaki, na região de Fukushima, Japão (14/03)
Militar japonês sorri ao mostrar uma criança de quatro meses resgatada na cidade de Ishimaki (14/03)
Uma criança, vítima do terremoto em Ishinomaki, dorme em cadeira em um dos abrigos (13/03)

Mortos por terremoto e tsunami passam de 3,3 mil no Japão

Segundo boletim oficial, mais de 6,7 mil estão desaparecidos; equipes seguem na busca por sobreviventes


Subiu para 3.373 o número de mortes causadas pelo terremoto e pelo tsunami que atingiram o Japão no dia 11 de março, segundo boletim oficial divulgado nesta terça-feira. De acordo com o governo do país, 6.746 estão desaparecidos.

Estimativas indicam que o número de vítimas fatais pode ultrapassar 10 mil. Mais de 500 mil pessoas estão desabrigadas, enquanto dois milhões de residências permanecem sem eletricidade e quase o mesmo número, sem água.

As equipes de resgate continuam buscando sobreviventes. Nesta terça-feira, uma mulher de 70 anos foi resgatada com vida, quatro dias após o terremoto.

Equipes procuram por sobreviventes em Ofunato.

Segundo informações do site do jornal Asahi, a mulher foi resgatada na cidade litorânea de Otsuchi, na província de Iwate. O local foi destruído pelo tsunami que atingiu a região após o tremor de terra.

A idosa estava consciente e foi hospitalizada imediatamente após o resgate. Ela tinha apenas hipotermia, mas não corre risco de morte.

Japão. Radioactividade é 10 vezes superior ao normal




Há 150 pessoas em observação e 23 em processo de descontaminação, informa a Agência Atómica Internacional.


A fuga de substâncias de radioactivas na central nuclear de Fukushima Daiichi foi confirmada hoje pela Agência Atómica Internacional. O acidente é de nível 6 de gravidade, numa escala de 7. O contentor número quatro apresenta agora fissuras de oito metros de largura.
A agência mantém no entanto a posição de que é "muito improvável" que se atinja o grau de gravidade de Chernobyl. O governo japonês pede à população que abandone o local.

Uma terceira explosão na central nuclear de Fukushima Daiichi desencadeou ontem uma crise nuclear no Japão - na sequência do sismo de 8,9 na escala de Richter que, na sexta-feira, abalou o gigante asiático e provocou um tsunami que varreu a costa noroeste do país. A juntar aos dois reactores da central a norte de Tóquio, que não estão a ser refrigerados convenientemente, o incidente de ontem num terceiro reactor provocou 11 feridos e veio aumentar o receio de que a radiação libertada para a atmosfera venha a provocar um desastre nuclear de grande dimensão.

O sismo mais forte dos últimos 140 anos pôs o Japão de joelhos e uma potencial crise nuclear continua no centro das atenções. As autoridades japonesas continuam a tentar refrigerar os reactores com água salgada para impedir que os níveis de radiação aumentem, mas mantêm que, para já, a situação está controlada. Contudo, ontem a Autoridade de Segurança Nuclear (ASN) de França veio alertar para a gravidade do incidente, que os especialistas dizem estar a ser diminuída pelo governo. Na escala de classificação de acidentes nucleares (de 1 a 7), a agência nuclear nipónica coloca estas explosões no nível quatro. "O nível quatro é sério. Mas nós achamos que este [incidente] se situa no nível cinco ou talvez seis", sublinhou André-Claude Lacoste, presidente da ASN.

"Mais perigoso do que [o acidente de] Three Miles Island, sem chegar [ao nível] de Chernobyl" foi a expressão usada por Lacoste para classificar o incidente de Fukushima. O acidente de Three Miles Island remonta a 1979, quando o reactor número dois dessa central nuclear na Pensilvânia derreteu e provocou o pior acidente do género na história dos EUA. Os níveis de radioactividade subiram oito vezes acima do nível mínimo letal. Nos dois anos seguintes foi registado um nível elevado de mortalidade infantil nas comunidades próximas da central. O incidente é tido como o principal responsável pela redução do número de centrais nucleares construídas nas décadas seguintes em todo o mundo.

Parece certo que a crise nuclear japonesa não se revestirá das proporções do desastre de Chernobyl - o desastre na central nuclear ucraniana (então na URSS) em 1986 provocou a libertação de material radioactivo 400 vezes superior ao que foi libertado pela bomba atómica que atingiu Hiroshima na II Guerra Mundial.

Para além da ANS francesa, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) veio ontem referir que o acidente no complexo nuclear japonês dificilmente atingirá essas proporções, sublinhando que há diferenças fulcrais entre a estrutura e o desenho dos reactores da central da antiga União Soviética e os do complexo japonês.

Desde sexta-feira, as comparações deste incidente com Chernobyl têm-se multiplicado, sobretudo devido aos níveis anormais de radiação que poderão ser libertados para a atmosfera. Depois da explosão do primeiro reactor nuclear de Fukushima, as autoridades começaram a evacuar os cerca de 185 mil habitantes próximos da central, dando início à distribuição de 230 mil unidades de iodo estável nos abrigos improvisados, que ajudam a proteger contra o cancro na tiróide provocado pela exposição à radiação. Contudo, a AIEA informava ontem que "o iodo ainda não foi administrado às pessoas" e que "a distribuição é uma medida de precaução". O nível de radiação em torno da central é, neste momento, oito vezes superior ao normal. Ainda assim, a agência e o comité científico da ONU dizem que, "de momento, do ponto de vista de saúde pública, em nenhum caso representa ameaça à vida". A explicação foi dada ontem por Malcolm Crick, da secretaria do comité, à agência EFE. "Não prevemos qualquer impacto na saúde humana para já", mas "a situação ainda é muito grave", adiantou.

Europa em prevenção O provérbio português ''gato escaldado de água fria tem medo'' é mais do que adequado em incidentes nucleares. Se Chernobyl e Three Miles Island potenciaram a diminuição do recurso à energia atómica na URSS e nos EUA, o mesmo parece estar a acontecer no Japão - e também na Europa. Ontem, Alemanha e Suíça foram os primeiros países do continente a repensar a sua estratégia nuclear como medida preventiva. A chanceler alemã, Angela Merkel, veio anunciar uma moratória de três meses na decisão já adoptada pelo governo de prolongar a vida das centrais nucleares do país. "Não há tabu algum no que toca à análise das condições de segurança", sublinhou Merkel. A Suíça também suspendeu os seus projectos nucleares por tempo indefinido.

Cronologia da tragédia no Japão

TÓQUIO — A seguir, os principais eventos da tragédia que marcou o Japão nos últimos dias (sempre hora local).

Sexta-feira, 11 de março:

- Um terremoto submarino de magnitude 8,9, um dos mais poderosos já registrados, atinge o litoral nordeste do Japão antes das 15h00, hora local. As autoridades emitem um alerta de tsunami.

- Um tsunami de 10 metros arrasa o litoral nordeste do Japão.

- Um primeiro balanço da polícia fala em mais de mil mortos e desaparecidos.

- Dezenas de réplicas abalam a região, algumas com magnitude 7.

- As autoridades anunciam que quatro usinas nucleares na área atingida pelo terremoto foram desativadas. Onze das quase 50 centrais param de produzir energia.

- Alerta de tsunami em todos os estados do Pacífico, da Oceania e da América Latina.

Sábado, 12 de março:

- O governo japonês ordena a evacuação das pessoas que moram nos arredores da usina Fukushima 1, onde o terremoto fez com que os sistemas de refrigeração falhassem, criando o receio de uma fusão.

- Explosão na usina nuclear Fukushima 1. O teto do prédio de contenção do reator 1 desaba. O acidente é catalogado como de nível 4 em 7 na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES, na sigla em inglês).

- O Japão mobiliza 100.000 militares para socorrer os habitantes e requesita ajuda à comunidade internacional, incluindo os militares americanos posicionados no país.

- Vídeos mostram a extensão dos danos causados pelo tsunami, que arrasou cidades e áreas rurais inteiras.

- Quatrocentos corpos são encontrados no porto de Rikuzentakata, e 300 numa praia de Sendai (província de Miyagi).

- O Serviço Meteorológico Americano anuncia que a força do terremoto moveu Honshu - a principal ilha japonesa - cerca de 2,4 metros.

Domingo, 13 de março:

- A operadora Tokyo Electric Power (TEPCO) não exclui que o combustível do reator número 2 tenha derretido devido à falha no sistema de resfriamento.

- O governo diz que 230.000 pessoas num raio de 20 km foram evacuadas da vizinhança dos reatores atingidos.

- A polícia da província de Miyagi, uma das mais atingidas pelo tsunami, afirma que o número de mortes pode superar 10.000 apenas nesta região.

- O primeiro-ministro Naoto Kan diz que o Japão enfrenta a pior crise desde o final da Segunda Guerra Mundial.

- O governo anuncia um racionamento de energia por causa do fechamento das usinas. Milhões de habitantes sofrem com a falta de água, energia e alimentos.

- Chegam as primeiras equipes de socorro da Austrália, Nova Zel&ândia, Coreia do Sul, Suíça e Grã-Bretanha.

Segunda-feira, 14 de março:

- Novo terremoto ocorre a 150 km de Tóquio com novo alerta de tsunami, que é logo cancelado.

- Ocorrem explosões no reator 3 de Fukushima 1, sem ocorrência de danos, segundo a Tokyo Electric Power (TEPCO). As barras do reator 2 chegama ficar totalmente expostas.

- Equipes de resgate encontram mais de 2.000 corpos na província de Miyagi.

- A ONU diz que 1,4 milhão de japoneses estão sem água potável e que mais de meio milhão já foram evacuados.

- O Serviço Geológico Americano corrige a magnitude do terremoto de sexta-feira para 9.

- A Bolsa de Tóquio cai 6,18%, arrastando outros mercados asiáticos. Os fabricantes de automóveis suspendem sua produção. O Banco Central do Japão injeta 131,6 bilhões de euros para facilitar o financiamento das empresas e estabilizar os mercados.

Terça-feira, dia 15 de março:

- Mais duas explosões e um incêndio ocorrem em Fukushima e os níveis de radiação atingem níves perigosos, obrigando o governo a extender a área de isolamento para 30 km ao redor da usina.

- O balanço oficial e parcial de mortos passa de 3.000, e o número de desaparecidos é de quase 7.000.

- O banco central do Japão injeta mais 70 bilhões de euros no sistema financeiro para apoiar a economia japonesa.

Projeto obriga governo a prestar contas sobre Fundo da Pobreza

Agência Câmara/PX

A Câmara analisa o Projeto de Lei Complementar 603/10, do deputado Moreira Mendes (PPS- RO), que inclui entre as obrigações do órgão gestor do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza a prestação de contas perante o Congresso Nacional.

Conforme a proposta, o governo deverá encaminhar anualmente ao Legislativo relatórios com as seguintes informações: o total de recursos do fundo; os critérios de alocação; e a execução das verbas.

Mendes lembra que a mudança na Lei Complementar 111/01, que regulamenta o fundo, permitirá que o Congresso cumpra uma de suas principais atribuições: a de fiscalizar os atos do Executivo.

Fundo

O Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza foi criado pela Emenda Constitucional 31, de 2000, com o objetivo de "viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência". Para isso, são previstas ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e outras.

No final do ano passado, os parlamentares promulgaram a Emenda Constitucional 67, que prorrogou por prazo indeterminado a vigência do fundo - anteriormente, o término estava marcado para 31 de dezembro de 2010.

Tramitação

A proposta, que tramita em regime de prioridade, será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o plenário.