domingo, 28 de junho de 2009

Facção criminosa transforma favelas da Baixada em sucursais do tráfico

Investigações revelam domínio de áreas e presença de homens armados.
Traficantes teriam procurado essas áreas para fugir de ocupações policiais.

Aluizio Freire Do G1, no Rio

Algumas favelas da Baixada Fluminense se transformaram em sucursais de uma das facções criminosas mais violentas do Rio de Janeiro, de acordo com investigações da polícia. Os locais teriam se tornado os principais destinos de traficantes que supostamente migraram de favelas da capital para fugir das ocupações policiais.

Segundo a polícia, as bases mais perigosas, com a presença ostensiva de homens armados de fuzis e metralhadoras, são as localidades conhecidas como Mangueirinha e Santuário, em Duque de Caxias, Vila Ruth, Gonçalves, Guarani e Dique, em São João de Meriti.

Ocupadas pela população mais carente dos municípios, nessas comunidades é comum a circulação de dependente de drogas em busca de pedras de crack .


Para conter o avanço dessas quadrilhas, o coronel da PM Paulo César Lopes, que já esteve à frente do 15º BPM (Duque de Caxias) e hoje chefia o 3º Comando de Policiamento de Área (CPA), garante que não vai deixar “a bandidagem se criar”.


“O comandante do batalhão de Caxias (Coronel Luiz Antônio Corso) está preparando ações repressivas sistemáticas para essas localidades. Independente disso, estou fazendo um planejamento para ocupar, principalmente, a Mangueirinha, que é a área mais preocupante”, afirma Lopes.

O coronel esteve reunido, há duas semanas, com autoridades da área de segurança e o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito dos Santos, para discutir a violência na região. Algumas pessoas que participaram da reunião relataram que teriam visto homens armados de fuzis circulando nas comunidades.

Índices mostram aumento de criminalidade

De acordo com os últimos índices de criminalidade da Baixada, divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), a situação merece mesmo atenção da polícia. De janeiro a março deste ano, comparado ao mesmo período de 2008, houve aumento no número de homicídios, que passou de 478 para 529 casos, ou seja, mais 51 mortes.


Os roubos de veículos passaram de 1.620 para 1.746, um acréscimo de 126 ocorrências. Foram feitos mais 607 registros de roubos a transeunte, pulando de 3.141 para 3.748.


Os traficantes que mudaram de endereço também estão na mira da Polícia Civil. As investigações revelam que a maioria teria saído do conjunto de favelas do Alemão, no subúrbio, durante a ocupação policial para início das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ramificações

“Estamos investigando essas ramificações do tráfico. Essas informações estão sendo repassadas à Secretaria de Segurança para planejar operações nessas áreas”, disse o delegado Marcus Vinícius Braga, titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod).


Durante uma operação na Mangueirinha, em fevereiro, com 200 homens da Polícia Militar para desarticular o novo entreposto de distribuição de drogas, cinco pessoas morreram e oito foram presas. Na ação, foram apreendidas duas submetralhadoras, duas escopetas, nove pistolas e quatro granadas.


No dia 4 de junho, na mesma favela, a polícia apreendeu cerca de 300 quilos de maconha.

Tráfico de pessoas

(*) Sergio da Rocha

O tráfico de pessoas é um tema a ser colocado em pauta na realidade piauiense.

Quando ouvem falar do assunto, as pessoas tendem a considerá-lo como algo confinado às telas do cinema ou da televisão, ou como algo distante, que acontece apenas em alguns poucos países ou regiões do mundo, ou ainda, como coisa do passado, identificado com o tráfico de escravos negros.

Infelizmente, o problema do tráfico de seres humanos têm se disseminado e se agravado no mundo e em nosso País, adquirindo variadas formas: trabalho escravo, exploração na indústria do sexo, servidão doméstica e venda de órgãos. As vítimas desta grave violação dos direitos humanos são, na sua maioria, mulheres, adolescentes e crianças em situação de risco, indígenas e afro-descendentes, minorias étnicas e imigrantes ilegais. Trata-se de uma atividade criminosa altamente lucrativa.

É considerada a terceira fonte de lucro do crime organizado, em nível mundial, perdendo apenas para o tráfico de armas e de drogas. Para se ter uma idéia da gravidade deste problema no mundo, pode-se tomar as estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicando que durante o ano 2005, o tráfico de pessoas fez, aproximadamente, 2,4 milhões de vítimas, das quais, 43% submetidas à exploração sexual e 32% à exploração econômica.

No Brasil, as rotas do tráfico de pessoas têm sido ampliadas. Uma pesquisa realizada em 2002 mapeou 241 rotas de tráfico interno (interestadual e inter-municipal) e internacional de crianças, adolescentes e mulheres brasileiras. O que tem favorecido esse triste quadro? Estudos sobre o problema mostram que dentre as suas principais causas estão: a pobreza, a exclusão social, o desemprego, o turismo sexual, a imigração ilegal, a violência doméstica, a corrupção e o crescimento do crime organizado. Assim sendo, considerando-se as situações que vivemos, podemos compreender como o País vai se tornando, cada vez mais, terreno fértil para o florescimento do tráfico de pessoas.

O tráfico de seres humanos acontece principalmente através da exploração sexual comercial e de diversas formas de exploração do trabalho forçado: mulheres e crianças traficadas para fins de prostituição, crianças e adultos para trabalho escravo na agricultura e carvoaria, imigrantes vivendo em condições de escravidão em grandes centros urbanos. Não se pode ficar indiferente diante deste quadro de violência, exploração e morte. É preciso redobrar a atenção e o empenho no enfrentamento do tráfico de pessoas. A ação dos Poderes Públicos é fundamental.

O Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, da Secretaria Nacional de Justiça, representa um passo significativo neste processo. O combate ao crime organizado precisa ser intensificado e a polícia devidamente capacitada para enfrentar o problema. Embora necessária, a repressão ao tráfico de pessoas não é suficiente para a sua eliminação. É preciso investir mais na sua prevenção, especialmente, através da cons-cientização e da divulgação de informações a respeito, com a necessária parceria dos meios de comunicação e de entidades da sociedade civil.

A assistência às vítimas é outro grande desafio. A Igreja muito pode e deve contribuir no âmbito da prevenção, assim como, na assistência às vítimas. As Comissões de Direitos Humanos ou de Justiça e Paz da Igreja Católica podem oferecer preciosa colaboração. A atuação do Setor Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) tem contribuído muito para a tomada de consciência sobre o problema do tráfico de pessoas e para o seu enfrentamento, no Brasil e na América Latina.

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) tem demonstrado grande interesse pela questão, proporcionando divulgação e reflexão a respeito. Diversas outras entidades ou pastorais da Igreja Católica tem prestado valiosa ajuda, como a Pastoral da Mulher Marginalizada e a Comissão Pastoral da Terra, denunciando o tráfico para a exploração sexual e o trabalho escravo. É preciso conhecer a realidade, tomar consciência da sua gravidade, para enfrentar e erradicar o tráfico de seres humanos. A dignidade e a liberdade que o Criador concede a cada pessoa humana, criada à sua imagem e semelhança, não podem ser violadas ou negadas. Nenhuma pessoa deve ser comercializada ou escravizada! É preciso dizer "não" a esta forma moderna de escravidão e violação dos direitos humanos!

(*) Sergio da Rocha é arcebispo de Teresina. Artigo publicado na edição de hoje do jornal Diário do Povo.

Michelle Pfeiffer quer legalização da prostituição

Michelle Pfeiffer quer legalização da prostituição
Reprodução / Pop Crunch
A atriz Michelle Pfeiffer acha que o governo dos Estados Unidos deve considerar a legalização da prostituição. As informações são do site "Popcrunch".
A atriz, de 54 anos, interpreta uma garota de programa no filme "Cheri", de Stephen Frears.
"Um dos argumentos para proibir a prostituição seria para proporcionar segurança a essas mulheres, que vão se prostituir de qualquer jeito. A legalização pode resolver um monte de problemas para elas", disse Michelle.
No longa, a atriz vive uma cortesã parisiense do começo do século que se envolve com um garoto de 19 anos

Juiz teme que decisão do STJ estimule turismo sexual

Tribunal entendeu que dois homens não cometeram crime ao contratar prostitutas de 13 a 15 anos

Maicon Bock | maicon.bock@zerohora.com.br

Ao decidir que não houve crime no caso de dois homens que pagaram por sexo com três adolescentes no Mato Grosso do Sul, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) causou nesta semana indignação de juízes e autoridades da área da infância e da adolescência no país. Para a corte, os homens foram apenas clientes ocasionais de garotas que já estavam na prostituição, na época com 13, 14 e 15 anos.

O juiz José Antônio Daltoé Cezar, do 2° Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre, avalia que a medida abre precedente para que turistas estrangeiros venham ao Brasil fazer turismo sexual, sem a preocupação de estarem cometendo crime de exploração sexual com garotas que já se prostituem.

– Para o sistema de Justiça, é triste. Nosso trabalho está na contramão disso, que é proteger criança e adolescente, e o que estamos vendo é o contrário. Essa ideia de que uma menina de 12, 13 anos tem condições de consentir na entrega de seu corpo por dinheiro a um adulto é lamentável – afirma o juiz.

Luciane Escouto, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, considera a decisão equivocada, afirmando que a prostituição não era uma opção das garotas, mas uma condição imposta pela necessidade de sobrevivência:

– Acho um absurdo isso. Imagine reconhecer adolescentes como profissionais do sexo, como se já pudessem fazer essa opção. As adolescentes estão ali por questão de sobrevivência. O adulto é a referência, ele sabe que está fazendo errado, que não pode procurar menor de 18 anos para isso. Elas não podem ser reconhecidas como profissionais do sexo, porque estão em formação, em desenvolvimento psicológico e físico.

Adolescentes receberam até R$ 80 pelo serviço

O caso em discussão ocorreu em 2003, em Campo Grande. José Luiz Barbosa e Luis Otávio Flores Anunciação contrataram os serviços sexuais das adolescentes numa parada de ônibus e se dirigiram de carro a um motel, onde pagaram R$ 80 para duas garotas e R$ 60 para a terceira.

O STJ manteve a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que havia absolvido os réus de crime de exploração sexual sob o argumento de que as adolescentes já eram prostitutas reconhecidas. O tribunal, entretanto, ressaltou que a responsabilidade penal seria grave caso eles tivessem iniciado as jovens na prostituição. O caso chegou ao STF porque o Ministério Público do Mato Grosso do Sul recorreu da decisão, afirmando que o crime de exploração sexual não se exclui quando as adolescentes são prostitutas.


A polêmica

O CARÁTER OCASIONAL

O caso que levou o Brasil a discutir a prostituição infantil:

- Na análise do caso de Mato Grosso do Sul, o STJ rejeitou acusação de exploração sexual de menores contra dois clientes que contrataram em caráter ocasional serviços de prostitutas adolescentes.

FOTOS IRREGULARES

- Os réus foram condenados apenas por terem fotografado as garotas nuas em poses pornográficas. Eles tinham contratado serviços sexuais de três garotas de programa adolescentes em um ponto de ônibus.

- Elas foram levadas a um motel. Como pagamento, duas delas receberam R$ 80, cada e a terceira recebeu R$ 60.

GAROTAS CONHECIDAS

- Ao absolver os réus do crime de exploração sexual das meninas, o Tribunal de Justiça havia levado em conta o fato de que as adolescentes já eram “prostitutas reconhecidas”.

O NOVO ENTENDIMENTO

- O STJ confirmou o entendimento ao apontar que o crime de submeter criança ou adolescente à prostituição não abrange a figura do cliente ocasional. A relação não deve ser enquadrada como exploração sexual.

ZERO HORA

Grande SP pode ter toque de recolher para adolescentes

Dom, 28 Jun, 07h30

Sob o argumento de que é preciso proteger jovens e ao mesmo tempo inibir a criminalidade juvenil e até a prostituição infantil, ganha corpo na Região Metropolitana de São Paulo a discussão sobre adoção de um toque de recolher para proibir a permanência nas ruas de adolescentes desacompanhados dos responsáveis, a partir de determinado horário. Já adotada em três pequenas cidades do interior paulista - Fernandópolis, Ilha Solteira e Itapura - e em municípios de pelo menos 13 comarcas de sete Estados, a medida está em estudo em Santo André, Diadema, Guarulhos e Ribeirão Pires e em mais 16 cidades paulistas.

Autor do projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Santo André, Marcos Cortez (PSDB) diz que o objetivo é diminuir o número de ocorrências policiais envolvendo menores. "Nas cidades onde o toque de recolher foi adotado houve quase 70% de queda nessas ocorrências", diz o vereador. Pela proposta, jovens com menos de 18 anos não poderão frequentar locais públicos sem a companhia dos pais, entre a meia-noite e as 6 horas.

Para o vereador Pastor Edmilson (PRB), de Diadema, a intenção é debater o assunto e obter apoio de toda a sociedade e do Conselho Tutelar para que o toque de recolher seja adotado. "Queremos diminuir a violência envolvendo os jovens, em especial os que se encontram em situação de risco, expostos a drogas, álcool, prostituição e vandalismo. Se o jovem está na rua num lazer sadio, no colégio ou trabalho, nada vai mudar para ele." Mesma posição tem o vereador de Ribeirão Pires Edson Savietto (PDT), que quer o apoio do Judiciário para adotar a restrição no município. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de um milhão de palestinianos em pobreza extrema

28-06-2009 23:55



Seis meses depois do exército israelita ter invadido a Faixa de Gaza, 70% da população, um milhão e meio de palestinianos, vive na pobreza extrema.

A informação é adiantada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha que refere a falta de condições básicas de saúde.

Entre os mais afectados encontram-se as crianças, que representam mais de metade da população de Gaza.

De recordar que um milhão e meio de palestinianos representa cerca de 70% da população.

Combate à pobreza será foco da próxima cúpula do G-20

JAMIL CHADE - Agencia Estado


BASILEIA - A próxima cúpula do G-20 vai focar sua agenda no combate à pobreza gerada pela crise e não tratará mais apenas de questões financeiras. O grupo, que se reunirá no segundo semestre, nos Estados Unidos, para sua terceira cúpula, decidiu incluir em sua agenda de trabalho a questão da pobreza, com o objetivo de dar uma resposta aos países em desenvolvimento que estão sofrendo com a crise.



Nos últimos dois dias, negociadores do G-20 estiveram reunidos na Basileia às margens da reunião anual dos bancos centrais. O objetivo foi o de iniciar os trabalhos para preparar a cúpula que ocorre em outubro em Pittsburg. Mas com a crise financeira se transformando em uma crise social, a percepção é de que não há mais como deixar o tema de fora. Entre 2007 e 2009, 59 milhões de pessoas perderiam o emprego segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).



Para a FAO, o número de famintos irá superar pela primeira vez a marca de 1 bilhão de pessoas. Já o Banco Mundial estima que 100 milhões de pessoas cairão abaixo da linha da pobreza depois da crise. A ideia que será trabalhada é a de fortalecer os programas de combate à pobreza, sob o risco de a crise desfazer todos os avanços no mundo nos últimos dez anos.



Outro ponto que será tratado é a situação dos países mais pobres. A crise gerou a queda dos valores de commodities que, agora, fizeram despencar a renda desses países. Durante as reuniões, o Brasil fez questão de insistir que o G-20 é o fórum adequado para tratar da crise e da reforma internacional. Nos últimos meses, pressões nos bastidores indicaram que países ricos gostariam de voltar a ver o tema ser tratado em um grupo mais restrito, como o G8.

Combate à pobreza será foco da próxima cúpula do G-20

JAMIL CHADE - Agencia Estado


BASILEIA - A próxima cúpula do G-20 vai focar sua agenda no combate à pobreza gerada pela crise e não tratará mais apenas de questões financeiras. O grupo, que se reunirá no segundo semestre, nos Estados Unidos, para sua terceira cúpula, decidiu incluir em sua agenda de trabalho a questão da pobreza, com o objetivo de dar uma resposta aos países em desenvolvimento que estão sofrendo com a crise.



Nos últimos dois dias, negociadores do G-20 estiveram reunidos na Basileia às margens da reunião anual dos bancos centrais. O objetivo foi o de iniciar os trabalhos para preparar a cúpula que ocorre em outubro em Pittsburg. Mas com a crise financeira se transformando em uma crise social, a percepção é de que não há mais como deixar o tema de fora. Entre 2007 e 2009, 59 milhões de pessoas perderiam o emprego segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).



Para a FAO, o número de famintos irá superar pela primeira vez a marca de 1 bilhão de pessoas. Já o Banco Mundial estima que 100 milhões de pessoas cairão abaixo da linha da pobreza depois da crise. A ideia que será trabalhada é a de fortalecer os programas de combate à pobreza, sob o risco de a crise desfazer todos os avanços no mundo nos últimos dez anos.



Outro ponto que será tratado é a situação dos países mais pobres. A crise gerou a queda dos valores de commodities que, agora, fizeram despencar a renda desses países. Durante as reuniões, o Brasil fez questão de insistir que o G-20 é o fórum adequado para tratar da crise e da reforma internacional. Nos últimos meses, pressões nos bastidores indicaram que países ricos gostariam de voltar a ver o tema ser tratado em um grupo mais restrito, como o G8.

Marcos Senna apresenta projeto de sua fundação na África do Sul

Johanesburgo (África do Sul), 28 jun EFE).- O meio-campo brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna apresentou um projeto da fundação que leva seu nome, que construirá uma escola às crianças carentes na cidade sul-africana de Gansbaai.

Segundo fontes da Fifa, o jogador do Villarreal foi a Rustenburg acompanhar a vitória da Espanha por 3 a 2 sobre a África do Sul, que garantiu a seleção com o terceiro lugar da Copa das Confederações.

Parte do grupo campeão da Eurocopa de 2008, Marcos Senna não foi chamado pelo técnico Vicente del Bosque por estar com uma lesão muscular desde abril.

Segundo a Fifa, o jogador reconheceu que, apesar de conhecer pessoalmente a pobreza, a situação de alguns lugares de Soweto deixaram-no impressionado.

"Esperava ver pobreza. Sabia que era uma área com muitas carências, mas nunca pensei que fosse tanto. Vi que as pessoas de lá não têm uma oportunidade na vida e isso é o que quero fazer: devolver à sociedade o que pude ter, dar uma chance às crianças", disse.

Senna pensava que a Espanha seria adversária do Brasil na decisão, e não os Estados Unidos. "Não acho que a seleção tenha sentido minha falta, já que temos grandes jogadores", apontou.

"Pelo que vem jogando, é difícil que a Espanha fique de fora da Copa, mas ainda é preciso confirmar a vaga. Não é um resultado ruim que nos fará mudar de método", afirmou.

Marcos Senna aproveitou para defender o trabalho de Dunga como técnico da seleção brasileira. Ele lembrou do retrospecto recente da equipe contra equipes como Itália e Argentina, além de ter conquistado a Copa América. EFE.

ag/dp

EFE

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Banco Mundial prevê mais desemprego e pobreza nos países em desenvolvimento

Arben Celi/Reuters (arquivo)
Crise provoca maiores dificuldades nos países em desenvolvimento
Desta vez, os países emergentes não vão conseguir amparar a queda das maiores economias do mundo. Depois de um crescimento de 5,9 por cento em 2008, que sustentou o abrandamento dos Estados Unidos no ano passado, a economia das nações em desenvolvimento deve subir apenas 1,2 por cento em 2009.

Tirando a China e a Índia das contas, o PIB destes países deverá cair 1,6 por cento. Com o PIB mundial a contrair-se este ano 2,9 por cento, prevê-se mais desemprego e situações de pobreza, alerta o Banco Mundial, num relatório que será hoje divulgado.

"Esta recessão foi muito simultânea. Esperávamos que estes mercados funcionassem como uma espécie de almofada para os países mais ricos, porque ainda havia crescimento na China ou no Brasil. Mas não foi isso que sucedeu", disse ao PÚBLICO Mick Riordan, economista sénior do Banco Mundial.

Apesar das medidas de estímulo dos Governos terem evitado o colapso sistémico do sector financeiro mundial, ainda não foi possível travar a instabilidade e a recessão. A frágil confiança dos consumidores e a maior aversão ao risco dos investidores dos países desenvolvidos também contribuíram para o declínio na procura global.

Segundo o estudo Global Development Finance, o fluxo de capital privado nas economias emergentes já tinha registado quebras o ano passado (de 1,2 milhões de milhões de dólares em 2007, para 707 mil milhões). Este ano, apesar de se manterem em níveis positivos, os fluxos de capital deverão cair 48,7 por cento, para 363 mil milhões de dólares (cerca de 259,7 mil milhões de euros), próximo dos níveis de 2004. Ou seja, vai ser mais difícil conseguir satisfazer as necessidades de financiamento.

Pelas contas do Banco Mundial, 97 dos 108 países em desenvolvimento analisados vão precisar de crédito na ordem de um milhão de milhões de dólares, mais 600 mil milhões do que na crise de 2003, a preços de 2009.

"Nos países onde não for possível captar financiamento externo, o processo de ajustamento será abrupto (...), implicando um declínio mais acentuado no consumo interno e pressão adicional nas taxas de câmbio", diz o mesmo documento.

A Europa e a Ásia central foram as regiões mais atingidas pela instabilidade dos mercados, sobretudo porque alguns países, quando entraram em crise, já tinham conjunturas desfavoráveis. O défice elevado e os desequilíbrios entre a procura e a oferta tornaram algumas economias vulneráveis à quebra das exportações e de capital estrangeiro.

Em 2009, o Banco Mundial estima que o PIB nestas regiões diminua 4,7 por cento, recuperando 1,6 por cento em 2010.

Mick Riordan diz que esta é uma recessão muito diferente das anteriores. "A crise foi quase simultânea entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e os mercados emergentes, e as trocas comerciais entraram em colapso. E é uma crise do sector privado e não do público, da indústria e do sector financeiro", sublinha. A "profundidade" da turbulência global surpreendeu os economistas do Banco Mundial, que, face aos mais recentes indicadores, acreditam que o "princípio do fim" está próximo. Mas deixam um aviso: o mundo está a entrar numa era de crescimento lento que vai exigir mais controlo sobre o sistema financeiro.

"A recuperação vai estar baseada na procura interna dos Estados Unidos, da China e de outros países do Leste asiático. Em 2010, prevemos um crescimento de dois por cento da economia, impulsionado, nomeadamente, pelos pacotes de estímulo e os efeitos da descida da inflação", aponta Mick Riordan.

sábado, 20 de junho de 2009

Esfomeados no planeta superam 1 bi em 2009.

20 de junho de 2009 |

ALIMENTAÇÃO

Relatório divulgado pela FAO culpa crise econômica

O mundo sente cada vez mais fome. A marca de 1 bilhão de pessoas que não consomem pelo menos 1,8 mil calorias diárias será superada em 2009, como consequência da crise econômica mundial, anunciou ontem a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

“Pela primeira vez na história da humanidade, mais de um bilhão de pessoas, concretamente 1,02 bilhão, sofrerão de subnutrição em todo o mundo”, advertiu a FAO em um relatório sobre a segurança alimentar mundial. A entidade acrescentou dados devastadores a respeito da miséria no mundo: “O número supera em quase 100 milhões o do ano passado e equivale a uma sexta parte, aproximadamente, da população mundial.”

Conforme a FAO, o principal responsável pelo aumento do número de desnutridos é a crise econômica mundial. Isso fica claro quando se constata que, em 2008, o número havia caído de 963 milhões para 915 milhões, graças a uma melhor distribuição dos alimentos. Mas a tendência se reverteu com o agravamento da crise no fim daquele ano. O diagnóstico é de que, com a redução da renda pela crise e com os elevados preços dos alimentos, as populações mais vulneráveis foram atingidas de forma grave.

Em uma projeção, a FAO, com sede em Roma, estima que quase 53 milhões de pessoas sofrerão com a fome em 2009 na América Latina e no Caribe. Os principais problemas, como era de se esperar, estão nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (confira no infográfico acima).

Em consequência desses dados todos, a FAO já concluiu que o objetivo fixado em 1996 na Cúpula Mundial sobre a Alimentação (CMA), de reduzir à metade o número de pessoas com fome, não será alcançado.

Assunto será discutido no encontro do G-8

A meta, agora, é que as autoridades tenham “rapidez e eficácia” para reverter o quadro.

As estimativas da FAO foram divulgadas apenas três semanas antes da reunião dos chefes de Estado e de governo do G-8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia), na cidade italiana de L’Aquila, de 8 a 10 de julho. Os dados já estão incluídos na pauta do encontro.

Roma

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fome atinge 1 bilhão de pessoas no mundo, diz FAO

>Masaru Goto/World Bank


A fome no mundo alcançará um recorde histórico em 2009, com 1,2 bilhão de pessoas passando fome, segundo dados publicados nesta sexta-feira, dia 19, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Isso quer dizer que um sexto da humanidade sofre com a desnutrição – o maior número já registrado até então.

Segundo a FAO, o resultado não é consequência das más colheitas, mas sim da crise econômica mundial, que provocou entre outras coisas o aumento do desemprego, reduzindo o acesso dos pobres aos alimentos.

“Uma parte explosiva da desaceleração econômica mundial e o preço dos alimentos que muitos países insistem em manter altos empurraram mais de 100 milhões de pessoas para a fome e a pobreza”, disse Jacques Diouf, diretor-geral da FAO. De acordo com a organização, os preços internacionais dos alimentos básicos estão 24% mais caros do que em 2006 e 33% acima dos registrados em 2005.

“Essa crise silenciosa – que afeta 1 a cada 6 pessoas – representa um sério risco para a paz e a segurança mundiais. Precisamos criar um plano de emergência e um amplo consenso para a erradicação rápida e completa da fome no mundo”, completou Diouf.

Os países pobres, segundo Diouf, “precisam de ferramentas de desenvolvimento econômico e político necessárias para impulsionar a produção agrícola e a produtividade. É preciso aumentar o investimento no setor agrícola, já que na maioria dos países pobres um setor agrícola saudável é a chave para vencer a fome e a pobreza”, afirmou.

“Muitos dos que sofrem com a pobreza e a fome são pequenos camponeses de países m desenvolvimento. Para reduzir o número de vítimas, os governos, com o apoio da comunidade internacional, precisam proteger os investimentos na agricultura, de forma que as crianças tenham acesso não só a sementes e fertilizantes como também a tecnologias adaptadas, infra-estrutura, financiamento e mercado’, explicou Kanayo Nwanze, presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

“O rápido avanço da fome continua provocando uma enorme crise humanitária. O mundo precisa trabalhar unido para garantir que as necessidades emergenciais sejam atendidas”, disse Josette Sheeran, diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

A fome no mundo
A fome aumentou lenta, mas constantemente entre 1995 e 1997 e entre 2004 e 2006 em todas as regiões do mundo, exceto na América Latina e no Caribe, segundo a FAO.

Segundo a FAO, quase toda a população desnutrida do planeta vive nos países em desenvolvimento. Na Ásia e no Pacífico calcula-se que 642 milhões de pessoas sofrem de fome crônica, seguida da África Subsahariana (265 milhões), da América Latina (53 milhões), da África do Norte e do Oriente Médio (42 milhões) e dos países desenvolvidos (15 milhões).

FOME NO MUNDO ATINGE O NÍVEL MAIS ALTO DA HISTÓRIA, DIZ A ONU


ROMA, 19 JUN (ANSA)- Mais de um bilhão de pessoas estão subnutridas no mundo, o maior índice já registrado na história, anunciou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O número de pessoas que sofrem com a fome superou as expectativas da organização e representa aproximadamente um sexto da população mundial. Esse recorde, segundo a FAO, é resultado da atual crise econômica que reduziu salários e aumentou o desemprego.
Para o diretor geral da entidade, Jacques Diouf, "essa silenciosa crise da alimentação representa um sério risco para a paz e segurança mundial". Diouf enfatizou também a urgência em criar um amplo consenso sobre a eliminação rápida e total da fome no mundo e pôr em prática ações para alcançá-la.
"As nações pobres devem ser dotadas de instrumentos econômicos e políticos necessários para estimular a produção e a produtividade do setor agrícola", afirmou o diretor. Ele acredita que para a maioria dos países pobres, um setor agrícola em boas condições é essencial para combater os problemas da fome e da pobreza.
A agência da ONU, ressaltou ainda que a desnutrição não afeta apenas os países mais pobres, ela atinge também países desenvolvidos, nos quais 15 milhões de pessoas sofrem com a fome.
Na Ásia e Pacífico, existem cerca de 642 milhões de subnutridos, na África Subsaariana, 265 milhões, na América Latina e Caribe são 53 milhões e no Oriente Médio e África do Norte 42 milhões, segundo o relatório da FAO.
A fome no mundo passou de 825 milhões de pessoas em 1995-1997 para 857 milhões em 2000-2002 e 873 milhões em 2004-2006. (ANSA)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Crise levará 60 milhões de asiáticos à pobreza.

Da France Presse


SEUL, Coreia do Sul, 18 Jun 2009 (AFP) - Para a Ásia, a crise econômica global representa ainda uma crise social, com uma estimativa de quase 60 milhões de pessoas que passarão a ser consideradas pobres em consequência da queda do crescimento, afirmou o diretor geral do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).


"As consequências sociais da crise econômica são muito graves", afirmou Rajat M. Nag.


"Esta é nossa principal preocupação", acrescentou o diretor geral do BAD.


Segundo Nag, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) estimada em 3% entre 2008 e 2009 nos países em desenvolvimento da Ásia - excluindo Japão, Austrália e Nova Zelândia - levará 60 milhões de pessoas à pobreza.


Outras 10 milhões sofrerão desnutrição e 56.000 crianças menores de cinco anos morrerão.


O diretor do BAD fez os comentários à margem do Fórum Econômico Mundial para o Leste Asiático, onde os participantes concordaram que a região deve equilibrar o modelo de crescimento orientado para a exportação para superar a queda da demanda nos mercados do Ocidente.


Atualmente os países em desenvolvimento da Ásia exportam 60% de seus produtos para o Japão, a Eurozona e os Estados Unidos.


sm/fp

Escola é dominada por preconceitos, revela pesquisa

Quinta-Feira, 18 de Junho de 2009 | Versão Impressa


Onde há mais hostilidade, desempenho em avaliação é pior; deficientes e negros são principais vítimas

Simone Iwasso e Fábio Mazzitelli


O preconceito e a discriminação estão fortemente presentes entre estudantes, pais, professores, diretores e funcionários das escolas brasileiras. As que mais sofrem com esse tipo de manifestação são as pessoas com deficiência, principalmente mental, seguidas de negros e pardos. Além disso, pela primeira vez, foi comprovada uma correlação entre atitudes preconceituosas e o desempenho na Prova Brasil, mostrando que as notas são mais baixas onde há maior hostilidade ao corpo docente da escola.

Chefe de Estado pede emigrantes na Suíça apoio para combate à pobreza

Moçambique

Maputo - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, instou os moçambicanos residentes na Suíça a contribuírem no combate à pobreza e na redução do desemprego, nessa altura de crise económica mundial, que "pode ter repercussões negativas" nos países pobres.

Armando Guebuza que terminou terça-feira uma visita de três dias à Suíça, onde participou na sessão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), avistou-se com a vice-presidente e ministra da economia da Suíça, Doris Leuthard, e com a comunidade moçambicana, a quem pediu que contribuisse na luta contra a pobreza em Moçambique.

Em Genebra, o chefe de Estado moçambicano recebeu garantias de Doris Leuthard de que a Suíça continuará a apoiar financeiramente os projectos de desenvolvimento de Moçambique, apesar de se estar a ressentir dos efeitos da crise mundial.

"A crise financeira internacional pode ter repercussões muito negativas no mercado de emprego e, deste modo, desestabilizar as nossas sociedades", disse Armando Guebuza, aos moçambicanos residentes na Suíça apelando para que apliquem os conhecimentos adquiridos.

A Suíça tem prestado há três décadas assistência financeira a Moçambique num montante de 30 milhões de francos suíços, equivalentes a 20 milhões de euros.

Mudanças climáticas prejudicam a luta da China contra a pobreza














Por Redação do Greenpeace

Para combater o aquecimento global, devem ser estabelecidas metas claras de corte de emissões de CO2.

Pequim, China — Novo relatório do Greenpeace e da Oxfam revela a importância da redução de emissões na melhoraria da qualidade de vida das pessoas.
As mudanças climáticas estão afetando fortemente a população mais pobre da China e os esforços do país para aliviar a pobreza foram enfraquecidos. A conclusão é do relatório Mudanças Climáticas e Pobreza: um Estudo de Caso da China, lançado nesta terça-feira pelo Greenpeace e pela Oxfam Hong Kong. O estudo sugere que o governo chinês se comprometa a um ambicioso plano de resgate climático.

"Erradicar a pobreza causada pelas mudanças climáticas é muito complexo e difícil", afirma Hu An´gang, economista chinês que fez o prefácio do relatório.

A pesquisa revela que as áreas pobres da China afetadas também são as mais vulneráveis aos desastres causados pelas mudanças climáticas. A proporção da população absolutamente pobre que é afetada pelas mudanças climáticas alcançou 95% em 2005, e deve aumentar. Estudos de caso das províncias de Guangdong, Sichuan e Gansu mostram que o aquecimento global provoca enchentes, tempestades de neve e deslizamentos de terra que causam problemas ao meio ambiente e minam os esforços de ajuda aos mais pobres.

"Os esforços para aliviar a pobreza na China nas últimas décadas podem ser seriamente prejudicados a menos que o governo chinês tome a liderança em criar um tratado agressivo de resgate climático no encontro de dezembro em Copenhague", afirma Li Yan, da campanha de Clima do Greenpeace China.

"Os paísees desenvolvidos têm que cortar suas emissões em 40% até 2020. A China e outros países em desenvolvimento precisam reduzir o aumento projetado de suas emissões de 15% a 30% até 2020", avalia Li Yan.

Crédito da imagem:Greenpeace / Virginia Lee Hunter

Envolverde/Greenpeace)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

CCJ discute prorrogação de Fundo de Combate à Pobreza

A idéia em debate consta de proposta de emenda à Constituição (PEC), do senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), que pretende estender por prazo indeterminado, a partir de 2011, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, criado em 2000, sob a iniciativa do senador falecido Antonio Carlos Magalhães. De acordo com a legislação atual, o fundo, que está inserido na parte das Disposições Transitórias da Constituição, tem validade apenas até o final de 2010. Na avaliação do autor da PEC e do relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o nível de pobreza de significativa parcela da população ainda não permite a extinção do Fundo.


Fonte: Agência Senado

ONGs pedem que China reduza previsão de crescimento de emissões

Logo EFE

Pequim, 17 jun (EFE).- As ONGs Greenpeace e Oxfam pediram hoje à China, o maior emissor mundial de gases do efeito estufa, e a outros países em desenvolvimento que reduzam entre 15% e 30% suas previsões de crescimento dessas emissões até 2020.

Assim como os países desenvolvidos deveriam reduzir em 40% o total de suas emissões em uma década, a China e outras nações em desenvolvimento - entre elas o Brasil - "precisam adotar mais medidas para se adaptar ao aquecimento global", ressaltou em entrevista coletiva Li Yan, chefe de campanha para a Mudança Climática do Greenpeace na China.

Li e outros analistas chineses apresentaram hoje o primeiro estudo que relaciona a mudança climática com a pobreza no gigante asiático, elaborado pelas duas ONGs.

O estudo destaca que até agora não foi dada atenção suficiente à relação entre estes dois fenômenos no momento de elaborar políticas para os mais necessitados.

O texto mostra pela primeira vez que as massas de população que vivem na pobreza na China - aproximadamente 106 milhões de pessoas, segundo a ONU - se encontram em locais onde o meio ambiente está em sério risco devido ao aquecimento global.

"Os esforços de combate à pobreza nas décadas passadas podem ser gravemente afetados, a menos que o Governo chinês assuma a liderança no momento de elaborar um tratado de resgate 'agressivo' na cúpula de Copenhague", que acontece no final deste ano, destacou Li Yan.

O Protocolo de Kioto não obrigava os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões, mas o objetivo em Copenhague será fazer com que as principais nações emergentes adotem compromissos de redução de poluentes, embora menores que nos desenvolvidos. EFE abc/mh

Indicadores de crescimento não medem qualidade de vida

"Crescer por crescer é a filosofia do câncer". Esta frase, dita pelo economista Ladislau Dowbor, professor da PUC, que a tomou emprestada de um banner estudantil, ilustra o quanto os números escondidos por trás do PIB podem forjar falsas realidades. "Num mundo em que dois terços da população - cerca de 4 bilhões de pessoas - não têm voz e que desastres ecológicos colaboram para o incremento do PIB porque geram fluxo de caixa, está claro que há algo de muito errado com os atuais indicadores de crescimento".


A urgência em mudar esses paradigmas e em entender que qualidade de vida tem pouco a ver com acúmulo de riquezas pautou as discussões do painel "Redefinindo Riqueza e Pobreza numa Nova Economia Global", realizado no terceiro dia da Conferência Ethos 2009.

Ladislau avaliou que, desde a "queda do muro de Wall Street", um choque de realidade para o capitalismo, a nova economia deixou de ser coisa de sonhador. "O que temos feito, além de discutir o preço do coquetel de remédios, pelas 25 milhões de pessoas que já morreram de Aids? Ou pelos 10 milhões de crianças que morrem todos os anos?".

Para o professor, não há lógica em medir o PIB pela intensidade do fluxo de recursos. Não são mensurados, por exemplo, os ganhos sociais e a economia de recursos, gerados por programas que reduzem a mortalidade e as internações hospitalares: "Quando isso acontece, o PIB cai, porque é péssimo para as empresas que fazem comércio com a saúde". (Agência Envolverde)

Preconceito piora o desempenho na escola

Estudo feito na rede pública a pedido do MEC mostrou que uma das experiências mais nocivas é o bullying

Alunos zombando de outros alunos, de professores ou de funcionários do local onde estudam é, mais do que brincadeira de mau gosto, sinal de pior rendimento escolar. Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Ministério da Educação (MEC) demonstrou que, quanto mais preconceito e práticas discriminatórias existem em uma escola pública, pior é o desempenho de seus estudantes.

Entre as experiências mais nocivas vividas por esses jovens está o bullying, que é a humilhação perante colegas por motivo de preconceito.

Para chegar a essa associação entre o grau de intolerância e o desempenho escolar, o estudo considerou os resultados obtidos por alunos na Prova Brasil de 2007, exame de habilidades em português e matemática realizado por quem cursa da 4ª à 8ª série do Ensino Fundamental da rede pública. A conclusão foi que as escolas com notas mais baixas registraram maior nível de aversão ao que é diferente. O MEC não informou que medidas pretende tomar a respeito dessa constatação.

As consequências são mais graves quando as vítimas de zombaria são os professores.

– A conjectura que podemos fazer é que o bullying gera um ambiente que não é propício ao aprendizado – afirma o economista José Afonso Mazzon, coordenador da pesquisa.

Levantamento aponta impacto da religião

De acordo com o estudo, as vítimas mais frequentes de bullying são, respectivamente, negros, pobres e homossexuais.

– O indivíduo que nasce negro, pobre e homossexual está com um carimbo muito sério pela vida toda – diz Mazzon, para quem o preconceito vem de fora da escola, normalmente da própria família.

Foram entrevistadas 18,5 mil pessoas entre alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas de todo o Brasil. Entre os estudantes, participaram da pesquisa os que cursam a 7ª ou 8ª série do Ensino Fundamental, o 3º ano do Ensino Médio e o antigo supletivo, o EJA (Educação para Jovens e Adultos). Do total de estudantes, 70% têm menos de 20 anos.

O estudo mostrou ainda que alunos com forte participação religiosa tendem a ser mais preconceituosos, principalmente em relação a homossexuais. A maioria dos estudantes que participaram do estudo é católica (65%). Evangélicos são o segundo maior grupo (31,2%).

Outra constatação foi que os veículos de comunicação – rádios, TV, jornais e revistas – servem como ferramenta de combate ao preconceito. Pessoas que têm mais contato com a mídia demonstraram maior tolerância, diferença percebida principalmente em questões de gênero, deficiência, étnicas, raciais e de geração.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Senado prorroga por tempo indeterminado Fundo de Erradicação da Pobreza

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira uma proposta de emenda à constituição (PEC) do senador Antônio Carlos Junior (DEM-BA) que torna o prazo de vigência do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza indeterminado.

Instituído em 2000, o Fundo de Combate a Pobreza deveria terminar em 2010. Pela emenda original do senador Antônio Carlos Júnior, o instrumento seria transformado em “permanente”. Durante as discussões na CCJ, porém, os senadores da base aliada ao governo exigiram que a expressão fosse trocada para “sem prazo determinado”.

Assim, a emenda ficará entre as Disposições Transitórias da Constituição federal, e poderá ser alterada um dia se necessário. Para entrar em vigor, a PEC ainda precisa ser aprovada pelo plenário do Senado e depois seguir pela mesma tramitação na Câmara dos Deputados.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ONGs criticam apoio do Brasil a violadores dos direitos humanos

Genebra, 15 jun (EFE).- As ONGs Human Rights Watch (HRW) e Conectas Direitos Humanos lamentaram hoje o fato de o Brasil apoiar países que sistematicamente cometem abusos no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"O apoio do Brasil a Governos abusivos está enfraquecendo o trabalho do Conselho. Em vez de falar pelas vítimas, o Brasil frequentemente argumenta que os Governos precisam de uma chance e que a soberania das nações é mais importante que os direitos humanos", afirmou Julie de Rivero, diretora da HRW em Genebra.


"O fracasso do Brasil em se opor ao desvio dos objetivos do Conselho e, às vezes, sua própria cumplicidade no processo são alarmantes", disse, por sua vez, a ONG brasileira Conectas Direitos Humanos.


Esses comentários são parte dos comunicados que as duas ONGs distribuíram hoje por ocasião da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Conselho.


"A posição do Brasil no Conselho está marcada por ambiguidades, particularmente em relação a casos graves e persistentes de abusos em países específicos", acrescentou a Conectas.


Ambas as ONGs lembraram que o Brasil se absteve nas resoluções sobre a Coreia do Norte, que condenavam as violações dos direitos humanos no país, e na da República Democrática do Congo (RDC), que buscava o reforço do papel dos investigadores das Nações Unidas e condenava o uso da violência sexual e o recrutamento infantil.


"Durante a sessão especial sobre a situação no Sri Lanka, o Brasil foi copromotor de uma resolução que afirma o desacreditado princípio da não ingerência em assuntos internos. Essa resolução ignorou as afirmações da própria alta comissária dos Direitos Humanos, Navi Pillay, de que no conflito cingalês tinham sido cometidos crimes de guerra", lamentou a HRW.


"Com sua posição, o Brasil retrocedeu seis anos ao enaltecer o princípio de não interferência", acrescentou a Conectas.


A ONG brasileira lembrou que, nesta semana, o Conselho deve decidir se renova ou não o mandato do especialista independente da ONU para supervisionar a situação dos direitos humanos no Sudão.


"Em outras ocasiões, o Governo brasileiro, alegando a cooperação e o apoio regional, apoiou resoluções frágeis que não se comprometiam com as vítimas do Sudão. Esta semana, o Brasil terá a oportunidade de mudar esta tendência e demonstrar uma liderança real com as milhares de vítimas, sem levar em conta outros interesses", afirmou a Conectas em sua nota. EFE

Efeitos perversos da crise são culpa de apressados e ricos, diz Lula


Lula voltou a criticar os países ricos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira, que medidas tomadas por setores como a indústria automobilística diante da crise contribuíram para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de bens e serviços produzidos no país.

– Alguns setores da economia se precipitaram em praticamente acabar com os seus estoques. Eu poderia pegar, como exemplo, a indústria automobilística, que no mês de dezembro, praticamente não produziu carros, deu férias coletivas, e isso tem um significado muito importante na queda do PIB brasileiro – disse em seu programa de rádio Café com o Presidente.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma queda de 0,8% no PIB do primeiro trimestre deste ano. Apesar de se dizer “um pouco triste” com o resultado, o presidente se mostrou otimista.

– O que é importante é que o pior já passou e a economia brasileira está dando sinais enormes de recuperação”, comentou. “Nós entramos por último nessa crise e vamos sair primeiro que todos os países”, completou Lula, acrescentando que os investimentos e o consumo da população “não permitiram que o Brasil tivesse um efeito mais danoso na queda do seu PIB – afirmou.

Lula também comemorou a queda da taxa Selic, que na semana passada teve redução de um ponto percentual, passando de 10,25% para 9,25% ao ano.

– Desde que foi criada, é a primeira vez que ela está abaixo de dois dígitos. É a primeira vez desde 1986, o que é uma coisa extremamente significativa – ressaltou.

O presidente voltou a falar da necessidade da redução do spread bancário (a diferença entre os juros que o banco paga aos investidores e o que cobra nos empréstimos).
– O spread ainda está muito alto, o spread ainda está seletivo, e nós vamos manter todo o esforço para controlar a inflação – afirmou Lula, no programa gravado antes de sua viagem a Genebra, para a reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Direitos humanos

Segundo Lula, o tratamento dos direitos humanos é um dos principais desafios do sistema multilateral. Ao discursar na abertura da sessão, pela manhã, ele disse que a criação de uma agenda positiva é “mais eficaz” para a melhoria das condições de vida e também para prevenir novas violações de direitos humanos.

– Este conselho deve buscar no diálogo, e não na imposição, o caminho para fazer avançar a causa dos direitos humanos – acrescentou.

Durante o encontro, o presidente afirmou que direitos econômicos, sociais e culturais são “essenciais” para garantir um padrão de vida digno e, sobretudo, para preservar direitos civis e políticos. Lula citou a cooperação brasileira junto a países como Moçambique, Haiti e Palestina e fez um apelo pela paz no Oriente Médio. Para o presidente, o atual momento pede “união de esforços”. Segundo ele, a atenção aos direitos humanos é ”parte indispensável” para superar os reflexos da instabilidade financeira mundial.

Imigrantes pobres

Ainda em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a crise econômica e o desemprego não são culpa dos "imigrantes e pobres do mundo". A recessão, de acordo com o presidente brasileiro, joga seus efeitos mais "perversos" sobre os ombros dos países mais pobres.

– Essa crise traz um efeito perverso sobretudo quando os imigrantes, sobretudo os pobres, africanos, latino-americanos e asiáticos, que transitam pelo mundo à procura de oportunidades de trabalho, começam a ser enxergados como responsáveis por ocupar o lugar das pessoas filhas dos países ricos. Não são os imigrantes, os pobres do mundo, os responsáveis pela crise. Os responsáveis pela crise são os mesmos que por muito tempo sabiam como ensinar a administrar os Estados. Sabiam como ter ingerência nos Estados pobres da América Latina e da África – declarou o presidente.

Para o presidente, "esses mesmos senhores que sabiam de tudo um tempo atrás, hoje não sabem mais de nada. Não conseguem explicar como davam tantos palpites nas políticas dos países pobres e que não têm sequer uma palavra para analisar a crise dos países ricos".

Lula citou medidas para legalizar a situação de trabalhadores estrangeiros no Brasil, aprovadas recentemente pelo Congresso, como um exemplo de política a ser seguido.

– No Brasil, nós acabamos de legalizar centenas de milhares de imigrantes que viviam ilegalmente no país. Para dar uma resposta, um sinal aos preconceituosos, aqueles que imediatamente querem encontrar os responsáveis pela sua própria desgraça, o seu desemprego – disse.

Direitos econômicos

Em outro momento de seu discurso, o presidente fez uma relação entre direitos econômicos e direitos humanos.

– A realização dos direitos econômicos é importante para preservar direitos civis e políticos, para consolidar o Estado de Direito, e para construir sociedades democráticas, justas e prósperas – afirmou Lula.

Ele ressaltou que o Brasil investe na cooperação sul-sul como forma de promover os direitos humanos, citando exemplos como a contribuição para a luta contra a Aids na África, e a participação em um projeto de inclusão social na Palestina.

– No Haiti, emprestamos um novo significado às operações de paz da ONU ao demonstrar que, para se obter a verdadeira paz, não basta combater a violência pela força das armas; deve-se, ao contrário, promover o desenvolvimento econômico e, com ele, a inclusão e justiça social – continuou.

Ele disse também que avanços sociais no Brasil - que ele atribuiu ao Fome Zero, Bolsa Família, redução dos níveis de pobreza e elevação do salário mínimo - também melhoraram as condições dos direitos humanos no país.

– A crise financeira, que nasceu da desregularização das economias mais ricas, não será pretexto para incentivar o descumprimento das obrigações de cada Estado com a promoção e proteção dos direitos humanos. Tampouco deve conduzir a que sejam descumpridos compromissos com os mais necessitados – afirmou Lula.

Acordo

Logo após seu pronunciamento, em conversa com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo, empresários e representantes dos trabalhadores vão assinar, nos próximos dias, um acordo para garantir condições mínimas de trabalho no setor de cana-de-açúcar. Cerca de 600 empresas já aderiram aos princípios propostos no acordo, que inclui nível de renda, proteção aos trabalhadores e benefícios.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

OIT teme que crise provoque aumento do trabalho infantil

GENEBRA, Suíça (AFP) — A crise pode levar um número maior de crianças, principalmente meninas, a entrar no mundo do trabalho, onde já são 218 milhões em todo o planeta, advertiu a Organização Mundial do Trabalho (OIT) em relatório publicado nesta quarta-feira.

Quase dois milhões destas crianças são vítimas de exploração sexual.

A OIT teme que a crise econômica "empurre um número crescente de famílias para a pobreza" e afete os "progressos significativos" registrados nestes últimos anos.

Em 2002, 246 milhões de crianças trabalhavam.

As meninas, que já são cerca de 100 milhões a trabalhar em vez de ir para a escola, podem ser "as principais afetadas, na medida em que a crise se intensifica", ainda diz o relatório intitulado "Demos uma chance às meninas: combater o trabalho infantil, uma chave para o futuro".

As famílias pobres costumam privilegiar os meninos em detrimento das meninas na hora de decidir quem vai para a escola. Este fenômeno é ainda mais ampliado "em culturas onde as meninas são consideradas inferiores".

A OIT teme que "cortes orçamentários" dos governos na educação e o "declínio" das remessas dos imigrantes acabe piorando esta situação.

"Muitas meninas já não têm acesso à educação, e trabalham em condições que colocam sua saúde, sua segurança e sua moralidade em perigo", advertiu a OIT. Além disso, elas são empregadas em setores menos visíveis, como o trabalho doméstico.

"Algumas das piores formas do trabalho infantil, como a prostituição, exigem que as meninas sejam deliberadamente dissimuladas", destacou a OIT, avaliando em 1,8 milhão o número de crianças vítimas de exploração sexual comercial ou pornografia. Neste caso também, as meninas são as principais vítimas.

A exploração sexual integra os trabalhos ditos "perigosos", que ainda envolvem 53 milhões de crianças, apesar da Convenção 182 da OIT, assinada há exatos 10 anos e que tem como meta erradicar estas formas de trabalho.

Para a organização, os governos precisam assumir urgentemente suas responsabilidades e instalar políticas de acesso à educação, com enfoque prioritário nas mulheres.

De acordo com a OIT, foi comprovado que "a educação das meninas é um dos meios mais eficientes de lutar contra a pobreza".

Hoje em dia, dois terços dos 16% da população mundial que não sabe ler nem escrever são mulheres, e 55% das 75 milhões de crianças que não vão à escola são meninas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

MP cobra mudança no Google

Procuradoras exigem que site remova expressões que facilitem a navegação em páginas que induzam à prática de crimes ligados à pedofilia. Decisão foi tomada após identificação de falhas em novo programa de buscas da empresa

POR MAHOMED SAIGG, RIO DE JANEIRO

Rio - O Ministério Público Federal encaminhou ontem ofício ao Google Brasil solicitando a retirada de “todas as expressões que induzam à prática de crimes de pedofilia e pornografia infantil” no site. A decisão foi tomada após a verificação de falhas existentes no novo programa da empresa — Google Suggest (Sugestões do Google) — que desde domingo vêm sendo reveladas por O DIA.

Foto: Divulgação
Neide Cardoso sugere maior fiscalização do material nas páginas

A nova ferramenta adotada no último dia 25 oferece até 10 sugestões de buscas antes mesmo que o usuário termine de digitar sua pesquisa. Os trechos sugeridos correspondem, segundo o Google, às frases mais pesquisadas na Web.

Impressionadas com as sugestões feitas a quem começa a pesquisar sobre ‘meninas d’ e ‘adolescentes’, por exemplo, as procuradoras da República Neide Cardoso e Daniella Dias Sueira afirmaram que vão tomar providências. Elas também destacaram a necessidade de aumentar a fiscalização sobre o material disponível nas páginas indicadas pelo site.

“Estou assustada com o que vi. Não podemos permitir que materiais como esses continuem sendo exibidos, quem dirá sugeridos numa pesquisa na Internet”, afirma a Procuradora Daniella Sueira.

“Se acesso um site e abro uma tela onde há cenas de meninas de 13, 14 ou 15 anos, enfim, de uma menor de idade transando com um adulto mesmo que seja com o seu consentimento, eu estarei assistindo a um estupro. E isso é crime”, ressalta a Procuradora Neide Cardoso.

“Quem acessa com frequência esse tipo de site, ou até mesmo mantém material pornográfico em seu computador, também pode ser indiciado por crime de pornografia infantil na Internet. Portanto a punição não é só para quem produz ou aparece nas cenas. Mas também para quem as divulga ou as guarda”, explica.

Em novembro do ano passado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aumentando a punição para estes tipos de crimes. A pena para quem produz material de pornografia infantil agora varia de 6 a 8 anos de prisão.

Para fazer denúncias de sites que divulgam material proibido é só enviar um e-mail para disquedenuncia@sedh.gov.br ou ligar para o número 100.

“Brasil está muito avançado no combate à pedofilia”

Coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, Sheila Paiva, também criticou as mudanças recentes no sistema de buscas do Google. E cobrou agilidade na solução do problema.

“O Brasil está muito avançado no combate à pornografia infantil e à pedofilia, se comparado a outros países. Mas não podemos permitir falhas como essa. É fundamental que o Google altere este sistema novo o quanto antes”, frisou Leila.

Ligado à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, o Programa atua no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o Brasil. As denúncias de abusos recebidas pelo programa também seguem para a Polícia Federal.

Empresa resolverá problema detectado no programa

De acordo com as Procuradoras do Ministério Público Federal no Rio, todos os dias são enviadas novas denúncias de sites com conteúdo de pornografia infantil. As informações são repassadas à Polícia Federal, que inicia as investigações.

Procurado por nossa equipe, o diretor de comunicação do Google Brasil, Félix Ximenes, informou que todas as providências para solucionar os problemas detectados por O DIA no Suggest já estão sendo tomadas pela empresa.

“Nós não vamos nos eximir das nossas responsabilidades. Estamos com nossas equipes de engenheiros tanto no Brasil como no exterior trabalhando para fazer os ajustes necessários no programa”, disse.

BUSCAS POLÊMICAS

367 MIL RESULTADOS
Com ‘meninas de 13 anos fazendo sexo’ são apresentados a quemdigita simplesmente ‘meninas d’, sem completar a frase

104 MIL RESULTADOS
Número de sites identificados pelo programa com o termo ‘adolescente nua’. Para receber esta sugestão o usuário do site só precisa digitar a palavra ‘adol’. O restante é indicado pelo Suggest

segunda-feira, 8 de junho de 2009

PF encontra 16 garotas mantidas como escravas em boate no RS

Vinte agentes da Polícia Federal (PF) cercaram na última sexta-feira (5) uma boate no em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, à procura de jovens mantidas como escravas sexuais. No local, que é endereço de uma casa de prostituição investigada por fazer parte de um esquema de tráfico de pessoas, foram encontradas 16 garotas.


A denúncia foi feita pelo Fantástico. Depois de assistir, domingo passado, à reportagem em que uma mãe pedia R$ 500 para vender a própria filha, uma jovem procurou o Fantástico. Por telefone, ela denunciou que vivia em cárcere privado na boate gaúcha e que fazia programas sexuais para pagar dívidas com os donos do lugar.

Por telefone, ela contou que tem uma dívida. Ela foi aliciada na cidade em que vivia, no Pará, a mais de dois mil quilômetros de Bento Gonçalves. Ela conta que está na boate “Recanto das Camélias”.

No local, além dos quartos para programas sexuais, os donos mantêm nos fundos da boate um alojamento. São pequenos dormitórios, onde as jovens podem passar a noite ou ate morar. Não há ventilação, nem higiene e o espaço é mínimo. Era assim que vivia a moça que pediu ajuda. Ela estava na boate dividindo um dos quartos com outras duas garotas de programa. Ela estava assustada, chorando muito, mas convicta.

Se a polícia não tivesse chegado, a jovem teria que pagar R$ 1,5 mil para conseguir a liberdade de volta. A origem da dívida estava ali mesmo, dentro da casa de prostituição.

“Hoje, neste momento, nós temos reféns em vários lugares do Brasil, dentro de casas de prostituição, de massagem ou em vários lugares”, afirma a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), relatora da CPI contra a exploração sexual.

O que também chamou a atenção dos agentes foi uma espécie de loja que fica atrás da boate, com maquiagem, perfume e roupas – produtos que seriam vendidos apenas para as garotas de programa. A lojinha tem preços altos. Uma calça, por exemplo, custa R$ 219; uma sandália, R$ 320; um casaco, R$ 350.

Cadernos encontrados na boate revelam que, mesmo fazendo vários programas por noite, as garotas recebiam pouco. A maior parte do dinheiro era pra abater as dívidas. Só de uma jovem, os donos queriam receber R$ 10 mil.

“Eu fiz um acordo pra pagar por mês R$ 200 ou R$ 300”, diz a menina.

“Essa divida é impagável. Dessa forma elas acabam vivendo numa situação semelhante mesmo a escravas”, afirma o delegado da Polícia Federal Noerci da Silva Melo.

O dono da boate e a mulher dele já tinham sido presos em 2005, acusados de tráfico de pessoas e de manter mulheres em condições de escravidão. Foram absolvidos em primeira instância, mas o Ministério Público recorreu.

O dono da boate, Roque Milani, que agora foi preso em flagrante, tentou se defender. “Tem tanta gente errada nesse mundo aí. Se eu estou errado, me condene”, disse.

As garotas de programa prestaram depoimento e receberam ajuda para voltar para casa. Para a polícia, o silêncio é a maior dificuldade para combater esse tipo de crime. “Quem me garante que eu vou embora e eles não podem me procurar depois?”, pergunta uma jovem.

A jovem que pediu socorro está no programa de proteção à testemunha e foi levada para outro estado. Ela diz que enfrentou tudo por um único motivo. “Saudade do meu filho”, diz.

“A esperança que se tem é de que essas pessoas sejam efetivamente punidas e que isso sirva como lição. Não só para elas como para outras também que tentem praticar essas atividades ilícitas”, afirmou o delegado da Polícia Federal Noerci da Silva Melo.

domingo, 7 de junho de 2009

O desafio do grito de guerra

Antes do jogo de ontem torcidas de Inter e Coritiba travaram batalha

Diogo Olivier, Enviado Especial/Curitiba | diogo.olivier@zerohora.com.br

Antes do jogo de ontem no Couto Pereira, com o estádio ainda à escura, porque os refletores demoravam a acender, houve um instante em que as duas torcidas resolveram travar uma batalha de gritos de guerra.

Com um detalhe: as torcidas não duelavam ao mesmo tempo. Uma esperava a outra cantar um pouco até entender a letra e o ritmo. E assim foram por uma meia hora, como se estivessem trocando experiências para renovar o repertório logo ali adiante. Algo assim como um workshop.

Os colorados ficaram atrás da goleira da direita de quem viu o jogo pela RBS TV. Ali cabiam 6 mil pessoas, mas a polícia militar, por questões de segurança, só permitiu a venda de 3,4 mil ingressos.

Tapumes e uma fileira de soldados isolaram o local reservado aos visitantes do setor de cadeiras do Coritiba. A Popular do Inter pendurou os seus trapos, acendeu os sinalizadores e, aos poucos, foi tomando conta daquele setor.

A Império Alviverde, maior e mais temida torcida organizada do Coritiba, postou-se no lado oposto, como de costume, atrás da outra goleira. Os colorados começaram o espetáculo com o seu cartão de visitas:

– Ô, vamos, vamos Inter, vamos, vamos Inter...

Ao que a torcida do Coritiba, assim que pegou o ritmo, manteve a letra mas acrescentou uma palavra impublicável, embora engraçada do ponto de vista da brincadeira:

– Ô, tomar ... Inter.

Quando queriam provocar mesmo os seus adversários, os colorados emendavam:

– Ão, ão, ão, segunda divisão. Ou, ainda:

– Ão, ão, ão, cem anos na primeira divisão – em referência ao fato de o Inter nunca ter experimentado o gosto da Série B, enquanto o Coritiba já caiu mais de uma vez.

Como resposta, aí sim, xingamentos de toda espécie por todos os lados, além de vaias. Em seguida, veio um antigo mantra de incentivo local:

– Coooooooxa....

Quando o Coritiba entrou em campo, o show paranaense foi digno de aplauso. Enchidos pelos torcedores que os encontraram nas cadeiras, os 9 mil balões brancos e verdes formaram a sigla CFC no estádio. Mas aí já havia luz de sobra. E era preciso acompanhar um jogo tenso.

Então, as torcidas esqueceram um pouco a oficina de cânticos e passaram a se preocupar em animar os seus próprios jogadores.

Estava, com temperatura perto de 0ºC, começando a luta quente por uma das vagas na final da Copa do Brasil.

ZERO HORA

OEA declara fim da Guerra Fria nas Américas ao abrir as portas a Cuba

"A Guerra Fria acabou neste dia em San Pedro Sula", clamou o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, depois de ser aprovada por unanimidade a resolução que reverte a decisão de 1962 de afastar Cuba, por ter aderido ao bloco comunista.

O embaixador do Brasil na Organização de Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, congratulou-se com a anulação de "uma relíquia que remontava àquela época" - uma decisão adotada quase 20 anos depois do fim da Guerra Fria.

"Não estamos interessados em velhas batalhas ou viver no passado", afirmou o encarregado para a América Latina do Departamento de Estado, Thommas Shannon, que chefia a delegação americana, depois da partida da secretária de Estado, Hillary Clinton.

Shannon afirmou que a decisão e os passos concretos já dados pelo governo de Barack Obama para aproximar-se de Havana em meses passados "representam a maior mudança de nosso enfoque sobre Cuba nos últimos 40 anos".

"A resolução de hoje dá resposta a uma divisão histórica" no continente, acrescentou Shannon.

"Não existem mais tabus dentro da OEA, todos os assuntos podem ser debatidos" depois desta quarta-feira, destacou o chanceler do Uruguai, Gonzalo Fernández.

O chanceler Nicolás Maduro da Venezuela afirmou que este dia marcará o início de "um novo tipo de relação entre as elites dos Estados Unidos e de nossos povos", citando conflitos de Washington com povos da América Latina.

Ao aprovar a resolução, a OEA deixa nas mãos de Cuba decidir se deseja ser reincoporada, para o que deve aderir aos princípios democráticos da organização, segundo o texto aprovado na 39ª assembleia que se encerra nesta quarta-feira em San Pedro Sula.

du/fj/sd
A OEA deu por enterrada definitivamente nesta quarta-feira a Guerra Fria no continente, ao abrir as portas, numa reunião, em Honduras, a um retorno de Cuba, quase meio século depois de sua exclusão.

ONU promove marcha global para acabar com a fome



Mais de 70 países participaram, neste domingo, da caminhada da agência da ONU que visa financiar refeições escolares nos países pobres.



Mais de 70 países participam, neste domingo, da caminhada da agência da ONU que visa financiar refeições escolares nos países pobres.


Dezenas de milhares de pessoas realizaram, neste domingo (7), uma caminhada contra a fome. O evento foi organizado pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA, e agências parceiras.


A caminhada pretende angariar fundos para combater a fome nas escolas de alguns dos países mais pobres do mundo.


Refeições escolares


A marcha anual "Acabe com a Fome: Caminhe pelo Mundo", comemora o sétimo aniversário e contou com a participação de pessoas de mais de 70 países.


O início da caminhada, que teve a abrangência em todos os fusos horários, foi na Austrália.


Garantir uma refeição completa a uma criança da Tanzânia, na idade escolar, custa 20 centavos de euro. Os organizadores da marcha contra a fome infantil em Portugal convenceram pelo menos seis mil pessoas a aderirem à causa do Programa Alimentar Mundial.


"Os nossos objetivos, do ponto de vista financeiro para este ano, estão atingidos. Nós pretendíamos angariar 50 mil euros, que representam 250 mil refeições para o Programa Contra a Fome da Tanzânia, que é o nosso país irmão", afirmou o coordenador da marcha contra a fome em território português, José Queijo, em declarações à agência Lusa.


À RTP, o responsável pela iniciativa lembrou que "alimentar uma criança durante um ano na Tanzânia e também educar, porque isto faz parte dos donativos para o programa escolar e alimentar, custa 35 euros por ano".


"Quando transportamos isso para a nossa realidade, vemos que é, de fato, pouco e que não custa nada ajudar", enfatizou José Queijo.


A diretora-executiva do PMA, Josette Sheeran, disse que atualmente as crianças de países pobres estão sofrendo com o elevado custo dos alimentos e com as repercussões da crise econômica nos países em desenvolvimento.


Multinacionais


O PMA precisa de US$ 0,25 o equivalente a R$ 0,48 para fornecer uma refeição escolar diária a cada criança.


A iniciativa do Programa Mundial de Alimentos é apoiada por três multinacionais: a TNT, uma empresa de transporte expresso, presente em 200 países; a Unilever, que comercializa produtos alimentícios, higiênicos e cosméticos; e a DSM, uma empresa de materiais científicos.


Da redação, com agências

Marcha contra a fome infantil


Centenas de pessoas juntaram-se este domingo em frente à Torre de Belém, Lisboa, de onde partiram numa marcha contra a fome infantil

"Os nossos objectivos do ponto de vista financeiro para este ano estão atingidos. Nós pretendíamos angariar 50 mil euros, que representam 250 mil refeições para o Programa Mundial Contra a Fome da Tanzânia, que é o nosso país gémeo", disse à Lusa o coordenador da marcha contra a fome, Eduardo Queijo, que sublinhou que financiar uma refeição para as crianças das escolas da Tanzânia custa apenas 20 cêntimos.

A iniciativa que se estende a todo o mundo, com mais de 70 países inscritos e 190 marchas previstas, reuniu em Lisboa e no Porto, as duas cidades portuguesas que aderiam à marcha contra a fome, cerca de seis mil inscrições, mas esta manhã havia ainda pessoas a inscrever-se junto ao local de partida.

Famílias inteiras, muitas crianças, algumas ao colo, outras comodamente instaladas nos carrinhos de bebé, pessoas mais idosas e grupos de amigos compunham a mancha humana de centenas de pessoas que às 10:30, hora em que foi dado o sinal de partida, se puseram em marcha contra a fome infantil no mundo.

Ana Lima estava entre os muitos participantes que não quiseram deixar de mostrar o seu apoio à causa.

"Vim pelo tema da iniciativa, temos que apoiar quem precisa. Achei giro e resolvi participar", disse Ana Lima, que participou pela primeira vez na iniciativa que já acontece em Portugal desde 2004.

Também Natacha Vieira percorreu os cerca de quatro quilómetros que compunham o percurso da Torre de Belém à zona das Docas por se preocupar com o flagelo da fome.

"Interesso-me por saber as notícias, por saber o que está a acontecer", afirmou a participante que já se tinha juntado à iniciativa em anos interiores e não deixou de sublinhar o menor número de participantes este ano.

Com apenas cinco euros, valor da inscrição, cada pessoa está a providenciar 25 refeições escolares a crianças com fome, contribuindo para a causa do Programa Mundial Alimentar (PAM), a maior organização humanitária do mundo.

Angariar fundos para este programa é o principal objectivo da Marcha Mundial Contra a Fome, uma manifestação global que teve como inspiração os milhões de crianças pobres que percorrem vários quilómetros a pé para irem para a escola.

O Programa Mundial Alimentar pretende alimentar 100 milhões de pessoas em 2009.

Em 2008, a Marcha abrangeu 280 cidades, em 70 países, alcançando um total de um milhão de dólares angariados, o suficiente para alimentar e educar 20 mil crianças durante um ano.

Em Portugal, a Marcha contou com 10 mil participantes, totalizando cerca de 100 mil euros, valor que permitiu alimentar e educar 3.700 crianças durante um ano.

Instituída há sete anos, a iniciativa simboliza uma volta ao Mundo numa união global de forças na luta contra a fome, sendo que os participantes marcham, por um período total de 24 horas, abrangendo todos os fusos horários.

De acordo com números da organização, apesar de existirem alimentos suficientes para toda a população mundial, a fome afecta 400 milhões de crianças em todo o Mundo, estimando-se que morra uma criança a cada seis segundos.

Centenas marcharam contra a fome infantil, 50 mil euros angariados para refeições escolares

Carlos Lopes (arquivo)
O encontro contra a fome infantil ocorreu junto à Torre de Belém

07.06.2009 - 14h11 Lusa
Centenas de pessoas juntaram-se hoje em frente à Torre de Belém, Lisboa, de onde partiram numa marcha contra a fome infantil que conseguiu, na edição deste ano, angariar mais de 50 mil euros para programas de alimentação escolar.

"Os nossos objectivos do ponto de vista financeiro para este ano estão atingidos. Nós pretendíamos angariar 50 mil euros, que representam 250 mil refeições para o Programa Mundial Contra a Fome da Tanzânia, que é o nosso país gémeo", disse à Lusa o coordenador da marcha contra a fome, Eduardo Queijo, que sublinhou que financiar uma refeição para as crianças das escolas da Tanzânia custa apenas 20 cêntimos.

A iniciativa que se estende a todo o mundo, com mais de 70 países inscritos e 190 marchas previstas, reuniu em Lisboa e no Porto, as duas cidades portuguesas que aderiam à marcha contra a fome, cerca de seis mil inscrições, mas esta manhã havia ainda pessoas a inscrever-se junto ao local de partida.

Famílias inteiras, muitas crianças, algumas ao colo, outras comodamente instaladas nos carrinhos de bebé, pessoas mais idosas e grupos de amigos compunham a mancha humana de centenas de pessoas que às 10:30, hora em que foi dado o sinal de partida, se puseram em marcha contra a fome infantil no mundo.

Ana Lima estava entre os muitos participantes que não quiseram deixar de mostrar o seu apoio à causa.

"Vim pelo tema da iniciativa, temos que apoiar quem precisa. Achei giro e resolvi participar", disse Ana Lima, que participou pela primeira vez na iniciativa que já acontece em Portugal desde 2004.

Também Natacha Vieira percorreu os cerca de quatro quilómetros que compunham o percurso da Torre de Belém à zona das Docas por se preocupar com o flagelo da fome.

"Interesso-me por saber as notícias, por saber o que está a acontecer", afirmou a participante que já se tinha juntado à iniciativa em anos interiores e não deixou de sublinhar o menor número de participantes este ano.

Com apenas cinco euros, valor da inscrição, cada pessoa está a providenciar 25 refeições escolares a crianças com fome, contribuindo para a causa do Programa Mundial Alimentar (PAM), a maior organização humanitária do mundo.

Angariar fundos para este programa é o principal objectivo da Marcha Mundial Contra a Fome, uma manifestação global que teve como inspiração os milhões de crianças pobres que percorrem vários quilómetros a pé para irem para a escola.

O Programa Mundial Alimentar pretende alimentar 100 milhões de pessoas em 2009.

Em 2008, a Marcha abrangeu 280 cidades, em 70 países, alcançando um total de um milhão de dólares angariados, o suficiente para alimentar e educar 20 mil crianças durante um ano.

Em Portugal, a Marcha contou com 10 mil participantes, totalizando cerca de 100 mil euros, valor que permitiu alimentar e educar 3.700 crianças durante um ano.

Instituída há sete anos, a iniciativa simboliza uma volta ao Mundo numa união global de forças na luta contra a fome, sendo que os participantes marcham, por um período total de 24 horas, abrangendo todos os fusos horários.

De acordo com números da organização, apesar de existirem alimentos suficientes para toda a população mundial, a fome afecta 400 milhões de crianças em todo o Mundo, estimando-se que morra uma criança a cada seis segundos.

Mulheres de Garapa


garapa1.jpgEntre tantos comentários e discussões que o documentário Garapa, novo filme de José Padilha, pode suscitar, para mim um dos mais importante é a atuação das mulheres-mães.

Para quem não viu, Garapa mostra a realidade de três famílias que passam fome no nordeste. Falta total de recursos, crianças nuas desnutridas, sujeira, ignorância e muitas, muitas moscas passam diante dos nossos olhos de forma implacável. Sem qualquer prevenção, as famílias têm muitos filhos. Como não comem e pouco crescem, as crianças acabam parecendo todas da mesma idade. Magros, baixos, olhos vidrados, fala prejudicada. Fome. Para aplacá-la, boas doses de água fervida com açúcar - a tal da garapa.

No meio disso tudo, mães que têm que cuidar de crianças, da casa, do pouco ou quase nada que existe. Caminham quilômetros em busca de um litro de leite doado por órgãos governamentais. Limpam as fezes amolecidas que descem pelas pernas dos pequenos. Sacodem as crianças em seus colos murchos para que parem de chorar consigam dormir mesmo com fome. Estendem o período de amamentação ao máximo, dividindo entre tantos o alimento que vem do corpo.

Os pais? Bebem cahaça. Dormem. Reclamam. O pouco que fazem é de cara feia, como se um favor fizessem. Seria só nestas famílias? Não acredito que se trate de coincidência. É fato que nos dias de hoje, na classe média, os pais são cada vez mais atuantes. Mas no nordeste da fome, sem o emprego que lhe dê o papel de provedor da casa, são um zero à esquerda - ou menos do que isso.

Foi meu marido, ser da mesma espécie, que comentou lá pelo meio do filme, quando o marido de Lúcia (esta da foto, com os três filhos sempre agarrados em sua saia) ,bêbado, a xingou de tudo que é nome enquanto ela tentava dar banho nas crianças:

- Vou te contar, homem é mesmo uma *****!!

Marcha salva da fome milhões de crianças


LEONOR PAIVA WATSON

Lisboa e Porto juntam-se hoje a mais uma Marcha Mundial Contra a Fome Infantil, com partida na Torre de Belém e no Cais de Gaia, respectivamente, a partir das 10 horas, podendo as incrições ser feitas no próprio dia.

A completar sete anos de existência, a iniciativa simboliza uma volta ao Mundo numa união global de forças na luta contra a fome, sendo que os participantes marcham, por um período total de 24 horas, abrangendo todos os fusos horários. O grande beneficiário é o Programa Alimentar Mundial (PAM), das Nações Unidas, sendo o seu objectivo alimentar um total de 100 milhões de pessoas no decorrer deste ano.

De acordo com números da organização, a fome afecta 400 milhões de crianças em todos o Mundo, apesar de existirem alimentos suficientes para alimentar a população mundial. A mesma organização estima que morra uma criança a cada seis segundos. Foi, alías, para combater este flagelo que o PAM estruturou programas de alimentação escolar, através dos quais procura garantir que milhões de crianças têm acesso à escola e a refeições nutritivas. Neste momento, estes programas abrangem cerca de 20 milhões de crianças em idade escolar, em 70 países.

Esta marcha custa cinco euros, prividenciando 25 refeições a crianças com fome. Cada refeição destas custa 20 cêntimos.

Contra a fome infantil

À conversa com... Laura Melo, Membro do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas

Ontem

LEONOR PAIVA WATSON

Laura Melo viu crianças a morrer à fome e não esquece que por muito pouco dinheiro é possível alimentar milhões delas. A próxima Marcha contra a fome é já no dia 7, em Lisboa e no Porto.

Laura Melo trabalha no Programa Alimentar Mundial, das Nações Unidas, na área da comunicação com o sector privado. Diz que desde há cinco anos vê e, algumas grandes empresas uma maior preocupação social.

O Programa Alimentar Mundial (PAM)é o grande beneficiário das marchas contra a fome que se realizam em vários países, ao mesmo tempo, todos os anos. Como é aplicado o produto dessas marchas?

Os fundos são doados ao PAM e, mais especificamente, aos programas de alimentação escolar. O PAM dá alimentação escolar a 20 milhões de crianças em 70 países, sobretudo, na África, na América Latina e na Ásia.

O seu trabalho no PAM é a comunicação com o sector privado. Como se comportam as grandes empresas face ao flagelo da fome?

Os nossos principais doadores são os governos. Os Estados Unidos da América, o Canadá, o Japão, a Holanda são grandes doadores. Mas, respondendo à sua questão, desde há cinco anos que percebo uma alteração de comportamento por parte das grandes empresas. Parece-me que, cada vez mais, compreendem a sua responsabilidade social.

Isso é bom, se tivermos em conta que o PAM não tem um orçamento central…

Sim, sim, nós não temos um orçamento central. Cada cêntimo que gastamos foi angariado por nós. Para cada projecto que desenhamos, temos que angariar fundos. Ao contrário de outras agências da ONU (Organização das Nações Unidas), nós não temos um orçamento central e o nosso financiamento é exclusivamente voluntário.

Quem são os vossos grandes parceiros privados neste momento?

Temos a TNT que, além de nos financiar, ajuda-nos muito na parte logística. Temos a Unilever que nos apoia na área da nutrição e em campanhas de comunicação; e temos a DSM que nos ajuda também na área da nutrição. Não só nos dão apoio financeiro, como apoiam de forma directa alguns dos projectos.

A Laura visita os projectos no terreno e já esteve mesmo sediada no terreno, designadamente, no Quénia. Viu de muito perto a fome e as suas consequências. Como é tentar sensibilizar os outros para este flagelo? É um trabalho inglório ou compensador?

É muito difícil ver uma criança a morrer de fome. A primeira vez que estive no terreno vi uma menina com cinco anos que era do tamanho da minha filha que, na altura, tinha dois. Poderia ser a minha filha, percebe? É muito triste e para quem tem filhos é muito mais comovente. Toca-nos de uma forma muito profunda. Por outro lado, é um trabalho muito compensador.

Dê-me um exemplo de esperança...

Na marcha contra a fome de 2005, Lisboa convidou um grande atleta queniano. Lembro-me que ele me contou que, em criança, foi um dos beneficiários do nosso programa alimentar. Contou-me ainda que, em miúdo, costumava ter tanta fome que ele e os amiguinhos molhavam os dedos com saliva e apanhavam cinza das fogueiras para enganarem o estômago. Se não tivesse sido o PAM, talvez ele nunca tivesse sobrevivido para chegar a atleta. E sim, parece-me que há mais sensibilidade para este flagelo.

A próxima marcha custa a cada pessoa 5 euros. Com muito pouco pode ajudar-se muitíssimo...

Sim, as pessoas não têm a noção que cinco euros dão para 25 refeições. Cada refeição pode custar apenas 20 cêntimos. É uma ajuda preciosa.