segunda-feira, 6 de julho de 2009

Alterações climáticas ameaçam combate à pobreza Oxfam pede aos países desenvolvidos para reduzirem em 40 por cento as suas emissões até 2020

A extrema vulnerabilidade dos países mais pobres face às alterações climáticas é motivo de preocupação para a organização não governamental Oxfam que alertou esta segunda-feira para esse facto. A ONG exige que os países industrializados arranjem mais dinheiro para salvar da fome milhões de pessoas em todo o mundo.

As preocupações estão manifestadas no site da organização. Num relatório publicado a dois dias da cimeira do G8, onde vão reunir-se os sete países mais industrializados e a Rússia, a Oxfam avisa que os ganhos obtidos pelos países mais pobres na luta contra a pobreza nos últimos 50 anos «podem ser perdidos totalmente e de forma irreparável por causa das alterações climáticas».

De acordo com a Oxfam, citada pela AFP, o «verdadeiro custo» do fenómeno são os «milhões de vidas». A organização pede, por isso, aos países do G8 que se comprometam a reduzir pelo menos 40 por cento das suas emissões de gases com efeito de estufa até 2020.

Exigido aumento de investimento na adaptação aos efeitos climáticos

Para além disso, a organização exige destes países um aumento adicional dos apoios económicos para os países em desenvolvimento. A Oxfam pede um investimento de 150 mil milhões de dólares (107 mil milhões de euros) para ajudar os países pobres na adaptação aos efeitos climáticos e na redução das suas emissões poluentes.

De acordo com a organização, ajudar estes países é um dever dos G8.

O risco de «multiplicação das fomes» é a principal preocupação desta organização não governamental. Algumas culturas de base, como o milho e o arroz (vitais para as populações mais pobres) são muito sensíveis aos aumentos de temperatura e aos extremos climáticos.

Para elaborar o relatório, a Oxfam baseou-se nas conclusões de 2500 cientistas internacionais que se reuniram em Março, na Dinamarca. A organização cruzou depois estas previsões com os estudos das agências da ONU para a agricultura, refugiados e saúde.

Recorde-se que o clima vai ser um dos temas principais em destaque na cimeira dos oito países mais industrializados do mundo - Estados Unidos, Canadá, Rússia, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Itália que vai começar esta quarta-feira.

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