segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pobreza alimenta exploração sexual

Toda cidade que possui bolsões de pobreza está vulnerável à exploração sexual. A afirmação é da integrante do Comitê Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual, Elisabeth Gomes. Ela revela o quanto esta modalidade de violência é suscetível no Brasil. "A exploração se alimenta a partir da pobreza, desigualdade social e impunidade."

Os aliciadores conhecem esta carência, por isso se aproximam ao oferecer alimentos, brinquedos, favores como cortes de cabelo e até dinheiro. "Geralmente são conhecidos pelas crianças como pessoas legais", define o coordenador do Projeto Meninos e Meninas de Rua de Diadema, José Maria Oliveira Viana.

No caso das adolescentes, seus próprios sonhos tornam-se uma armadilha. "As garotas sonham em namorar, casar e ir embora para ter uma vida melhor. O príncipe encantado está lá em cada programa", diz o médico ginecologista Téo Lerner ao se referir principalmente ao turismo sexual no Nordeste.

Outro fator está relacionado às vítimas de exploração sexual: a maioria tem histórico de abuso intrafamiliar e tiveram processos traumáticos relacionados à sexualidade, o que colabora para a banalização das relações.

Uma das maneiras de prevenir o problema apontada por especialistas é, além de implementar políticas públicas de fortalecimento às famílias, investir em programas de educação social nas escolas. "Não dá para educar uma criança negando seu desenvolvimento sexual. Elas têm o direito de entender a sexualidade", diz Elisabeth Gomes.

Juiz da Vara da Infância e Juventude de São Caetano, Eduardo Rezende Melo, reforça que muitas vezes as escolas abordam a educação sexual com viés biológico, o que não supre totalmente a carência de informações.

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