sábado, 20 de junho de 2009

Esfomeados no planeta superam 1 bi em 2009.

20 de junho de 2009 |

ALIMENTAÇÃO

Relatório divulgado pela FAO culpa crise econômica

O mundo sente cada vez mais fome. A marca de 1 bilhão de pessoas que não consomem pelo menos 1,8 mil calorias diárias será superada em 2009, como consequência da crise econômica mundial, anunciou ontem a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

“Pela primeira vez na história da humanidade, mais de um bilhão de pessoas, concretamente 1,02 bilhão, sofrerão de subnutrição em todo o mundo”, advertiu a FAO em um relatório sobre a segurança alimentar mundial. A entidade acrescentou dados devastadores a respeito da miséria no mundo: “O número supera em quase 100 milhões o do ano passado e equivale a uma sexta parte, aproximadamente, da população mundial.”

Conforme a FAO, o principal responsável pelo aumento do número de desnutridos é a crise econômica mundial. Isso fica claro quando se constata que, em 2008, o número havia caído de 963 milhões para 915 milhões, graças a uma melhor distribuição dos alimentos. Mas a tendência se reverteu com o agravamento da crise no fim daquele ano. O diagnóstico é de que, com a redução da renda pela crise e com os elevados preços dos alimentos, as populações mais vulneráveis foram atingidas de forma grave.

Em uma projeção, a FAO, com sede em Roma, estima que quase 53 milhões de pessoas sofrerão com a fome em 2009 na América Latina e no Caribe. Os principais problemas, como era de se esperar, estão nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (confira no infográfico acima).

Em consequência desses dados todos, a FAO já concluiu que o objetivo fixado em 1996 na Cúpula Mundial sobre a Alimentação (CMA), de reduzir à metade o número de pessoas com fome, não será alcançado.

Assunto será discutido no encontro do G-8

A meta, agora, é que as autoridades tenham “rapidez e eficácia” para reverter o quadro.

As estimativas da FAO foram divulgadas apenas três semanas antes da reunião dos chefes de Estado e de governo do G-8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia), na cidade italiana de L’Aquila, de 8 a 10 de julho. Os dados já estão incluídos na pauta do encontro.

Roma

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