sexta-feira, 5 de junho de 2009

Família vive o drama da fome e do desemprego

Família de cinco filhos não tem sequer um prato de comida para pôr à mesa

É difícil imaginar que hoje em dia, mesmo com todos os programas governamentais existentes, como o Fome Zero, existam famílias que passam fome. Mas a realidade é essa mesmo. Saindo nos bairros de Lages não é difícil encontrar personagens que vivem na miséria, sem ter até mesmo um prato de comida para pôr à mesa. Eles estão em várias partes da cidade, muitas vezes debaixo dos olhos das autoridades que pouco ou nada fazem diante da situação.

Foi no bairro Santa Cândida, na região da Cidade Alta, que nossa reportagem se deparou com a família de Elaine da Silva, 25 anos. Ela, o marido e mais cinco filhos (de 2, 3, 4, 6 e 7 anos) se encontram em situação de total abandono. A família vive de forma precária em uma meia-água numa área verde onde é clara a ausência do poder público.

O barraco de dois cômodos sequer tem energia elétrica. Mas o maior problema da família decorre da falta de comida. “Moço, vim aqui pedir ajuda para sustentar meus filhos. Estamos sem nada em casa para comer”, implorou Elaine ao nosso repórter sexta-feira (29) um pouco antes de o profissional ir verificar de perto a situação. A mulher revelou que ela, o marido e os filhos sofrem constantemente com o drama da fome e da miséria como um todo.

Emoção ao ganhar cesta básica - O marido de Elaine está desempregado. Os dois trabalham na reciclagem de lixo, mas o que ganham não dá para nada. A família recebe do programa Bolsa Família o equivalente a R$ 120,00 por mês, mas o dinheiro não é suficiente. Elaine disse que esse dinheiro serve para pagar a conta de água e o que sobra compra comida. Arroz e feijão é o que geralmente é levado para casa, mas os mantimentos acabam logo e o drama segue.

Sensibilizados, representantes do programa Lages 100 Fome, idealizado pelo colunista de O Momento, Ari Martendal, disponibilizaram uma cesta básica como medida de urgência. Embora paliativa, ajudou a amenizar o sofrimento. A entrega dos alimentos aconteceu na própria residência de Elaine onde a alegria foi geral.

Elaine sonha em ter um futuro melhor para ela, o marido e os filhos. Conta que foi sorteada para ganhar uma casa da prefeitura que será construída no bairro Bela Vista. Mas enquanto isso não acontece, a família continua vivendo a mercê da sorte, sofrendo as mazelas da sociedade injusta e desigual onde poucos têm muito e muitos não têm quase nada.

A família sofre também com outras mazelas. Elaine conta que seus três filhos menores, de 2, 3 e 4 anos estão sem creche. Segundo ela, não há vagas no Centro de Educação Infantil (CEIM) do Santa Cândida. A situação só aumenta as dificuldades, pois se encontrarem trabalho, a mãe ou o pai não têm com quem deixar as crianças. Quem quiser ajudar a família pode se deslocar à rua Oscar Antunes.

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